segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Duque - Costa: Duque Costa * Antonio Cabral Filho - Rj

Hermínio Duque Estrada Costa
Organização:
Paulo Duque
Edição:
Editora Avanço
Rio de Janeiro - Rj 1983

"Explicação Necessária

O poeta DUQUE COSTA nasceu no Bairro de São Cristóvão, no Rio, em 22 de julho de 1894. Eram seus pais os professores Alfredo Antonio da Costa e Celina Caminha Duque Estrada. Fez seus primeiros estudos nos Colégios Pedro II e Militar. Ingressou muito jovem na Faculdade de Direito, em 1911 e, no 4º ano, foi eleito Diretor-Redator Chefe da tradicional revista  literária  A ÉPOCA, até hoje existente naquela faculdade. Quem quer que se disponha a pesquisar a vida literário no Rio, São Paulo e Belo Horizonte, nos idos de 1920, há de constatar a presença fulgurante de Duque Costa. Depois, o silêncio. Muito mais tarde, Andrade Muricy, em seu monumental Panorama do Movimento simbolista Brasileiro (2ª Edição, 193, 2º Volume) transcreveu os seguintes poemas de Duque Costa: Rapsódia da Hora Parada, Reveria Poética de Inverno, Balada Patética, Legenda da Beleza Nova, Elogio Exótico, Visão de Maio, O Último Noturno, O Antifauno, Taça Vazia, Sombra Ignota, Neurose de Ausência, A Tempestade e Blue Devil. Algumas delas, e outras até então inéditas, foram reunidas em livro de 1980, na 1ª Edição de O Livro Poético de Duque - costa; o livro vem com um atraso de pelo menos 50 anos, mas revela às novas gerações um dos mais estranhos e requintados poetas do Brasil, bastando lembrar que alguns de seus títulos são poemas isolados. Tendo sido póstumo o único livro que deixou, não nos é possível imaginar qual o valor real que o poeta teve na sua feitura,  quer na seleção e ordem dos poemas, quer nas variações de títulos, servindo como base os poemas que selecionou, ainda em vida, para serem publicados por Muricy em seu "PANORAMA". Na presente edição não seguimos a disposição dada à 1ª e incluímos dois poemas que ali não figuram, um deles sem título e o outro denominado Noturno, ambos porém com o mesmo tema poético. O poeta faleceu aos 22 de maio de 1977, no Rio, Bairro de Laranjeiras, que hoje possui uma praça com o seu nome.
                                                                              OS EDITORES
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O Livro Poético de
DUQUE - COSTA

Prefácio
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Hermínio Duque Estrada Costa
devassa a matéria do seu verbo como através de uma água-marinha cintilante. Sua poesia obedece a uma rica criatividade de imagens, ligada a uma musicalidade que exige a perene presença do espírito.  Ela evolve entre singulares parâmetros, onde se defrontam a misticidade mais recôndita  e forte implosão temperamental.  Ótica particularíssima  conduz-nos como por entre  colunatas de pura ônix e luminárias crepusculares promanadas dum luar transcendente. O caminho rebrilha com a reflexão de delicados esmaltes.

Nos seus amplos poemas derrama-se uma atmosfera outonal, muito diferente da perquisição vocabular do parnasianismo. A tessitura do seu verbo afasta-se do joalheirismo ornamental e do didatismo, basilares àquela escola. A procura de grandes sonoridades orquestrais é ausente da poesia de Duque Costa,  motivada por impulsões de trama movente da música  de câmera.

A palavra conserva-se atenta ao magismo malarmeano e ao instrumentalismo de alguns simbolista menores. A urdidura alígera da oba de Duque costa  é de uma singularidade envolvente.  A inventiva enriquece  seus versos com uma cromática inçada de achados verbais surpreendentes, acordes cuja raridade situam-no entre aqueles aos quais Ruben Dario chamou "los raros".

A virtuosidade expressional é valorizada por subitâneos jogos semânticos e, ainda, pelo uso de metáforas e aliterações.

Quando, por volta de 191, o seu poema "Legenda da Beleza Nova" apareceu, foi abundantemente parodiado pela sua apaixonada busca do frisson nouveau  baudelaireano. O verso: "Tua beleza dói o meu êxtase"  como verbo transitivado, terá impressionado mais do que um universo todo em sedas, veludos, luzes, do parnasianismo. O poeta vivia num mundo de águas opalescentes e cambiantes de irisação ácida, em que evolui um agudo erotismo imaginativo, um bizantinismo, que parecerão apenas artificiosos mas que são consequentes a um temperamento crispado e doloroso, de curtos paroxismos nervosos, sempre acicatado pela ânsia do insólito.

Duque - Costa foi, no pós - simbolismo, - o que é explicável pelo fato de ter sido parente próximo de Gonzaga Duque, expoente da crítica das belas artes - um esteticista puro. Suas pesquisas poéticas levaram-no a regiões  limítrofes da dos "harmonistas" à René Ghil, e ao experimentalismo "instrumentalista" que obteve certa  voga entre os da segunda geração simbolista europeia. Poemas como Rapsódia da Hora Parada e Balada Patética, porém principalmente O Último Noturno, Reveria Poética de Inverno e Reveria do  Outono, vão muito além das incursões pioneiras de Guerra Duval no terreno da procura do valor sonoro das palavras para a realização da "música poética" que Baudelaire preconizava e Mallarmé conduziu a uma genina magia de estrutura verbais, de um grafismo auto - suficiente.

O fenômeno estético que ele leva à área do pleno Modernismo é de um aristocratismo prestigioso, que também se acusa na forma tradicional do soneto. As suas inovações personalíssimas muito se distanciam da prosa poética  e da poesia em prosa - sendo grandemente livre, mercê da sua enucleação no terreno da legítima Poesia.

Duque - Costa não tinha ânsia de publicidade, devido a um pudor que o levou a nunca apresentar num livro sua obra. Por essa razão, o presente livro resta como um monumento criado por um poeta autêntico. Sua poética garante-lhe um relevante posto no cenário das nossas letras.

Foi com um vivo interesse que tratei de Duque - Costa - então ainda vivo -, inscrevendo-o na segunda edição  do Panorama do Movimento Simbolista Brasileiro 1973, quando ainda não conhecia o conjunto de toda sua produção literária.

Rio, janeiro de 1980
Andrade Muricy
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sábado, 12 de novembro de 2016

Gonçalves Crespo / Antonio Cândido * Antonio Cabral Filho - Rj

Antonio Cândido Gonçalves Crespo
Gonçalves Crespo,
poeta brasileiro em terras lusitanas
http://antoniosaraivacabralfilho.blogspot.com.br/2016/11/goncalves-crespo-antonio-candido.html 
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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Barroso de Carvalho, desde Miracema * Antonio Cabral Filho - Rj

Barroso De Carvalho
Seu nome é Gilberto Barroso de Carvalho, e cheguei até ele via o Heli Samuel, autor do romance João Petinga. Heli usa um trecho de poema dele como epíteto no seu livro, e como eu não o conhecia, fui pesquisar, e ei-lo!
Para nosso imensa alegria, é um poeta fluminense de Miracema, terra de Heli Samuel. 
Confiram
http://www.marcellino.xpg.com.br/11.html 
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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

João Petinga / Heli Samuel * Antonio Cabral Filho - Rj

João Petinga / Heli Samuel
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Heli Samuel, 
a considerar pelo comentário de Luiz Carlos Machado, na segunda orelha, não precisa de mais apresentação. Mas seus romances, João Petinga e Amecarim, dizem por si só da grandeza desse sujeito. Nascido no norte do estado, filho de contador, meteu a cara no Rio e foi estudar. Mudou-se para a capital e foi trabalhar na Petrobrás. Ajudou os irmãos, cuidou da mãe, e do pai a notícia que se tem está em João Petinga, um homem austero, que não dá margens para as elocubrações dos filhos em pensar por conta própria. Seus livros não alcançaram o sucesso, diga-se de passagem, merecido. E mesmo assim, Heli Samuel nunca se entregou. Foi jornalista e crítico literário, como atesta sua abordagem sobre o livro 'Medo e o segundo tempo', de Eva Bán.
Uma das linhas fortes do seu romance João Petinga é a resignação do personagem perante as coisas da vida:"É a vida, é a vida!", é uma expressão repetida exaustivamente para demonstrar o caráter do personagem e a recusa do autor em pensar dessa forma. Não vejo razão nenhuma para alguém desprezar um livro com essas características, uma vez que a chamada grande literatura não é assim considerada porque está na mídia, mas porque oferece ao leitor fatores que o envolvem existencialmente. E nisso João petinga dá show!
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Mais Heli Samuel
https://letrastaquarenses.blogspot.com.br/2016/09/eva-ban-sem-medo-nem-segundo-tempo.html 
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quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Festa Literária de Nova Friburgo * Antonio Cabral Filho - Rj

Festa Literária Friburguense 
Mobiliza Leitores Fluminenses
Convocação
De 14 a 16 de outubro, a capital europeia do Rio de Janeiro, Nova Friburgo, que respira literatura há tempos, promove o encontro de autores, leitores e editores. Ninguém pode perder essa chance de encontrar dentro da programação da feira alguma roda de trovadores, em verdadeiros desafios, no estilo dos cordelistas. Pois ela é a sede de um dos melhores festivais de trovas do Brasil, Os Jogos Florais, realizado pela UBT local. Acessem a programação completa
http://academiafriburguensedeletras.blogspot.com.br/ 
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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Academia Duquecaxiense De Letras E Artes - ADLA * Antonio Cabral Filho - Rj

Academia Duquecaxiense de Letras e Artes - ADLA
Duque De Caxias - Rj
http://adlaonline.blogspot.com.br/ 
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ADLA Facebook
https://www.facebook.com/Academia-Duquecaxiense-de-Letras-e-Artes-306235462730229/?hc_ref=PAGES_TIMELINE
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domingo, 20 de março de 2016

Julia Cortines / Literatura Fluminense * Antonio Cabral Filho - RJ

Julia Cortines
Literatura Fluminense
Por
Antonio Miranda
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_de_janeiro/julia_cortines.html 
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Pequena Antologia
http://www.escritas.org/pt/estante/julia-cortines 
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sábado, 12 de março de 2016

18º Concurso Nacional de Poesia Silvestre Mônaco 2016 * Antonio Cabral Filho - RJ

Associação Niteroiense De Escritores - ANE
18ª Concurso Nacional 
de Poesia Silvestre Mônaco – 2016

ASSOCIAÇÃO NITEROIENSE DE ESCRITORES

1. Inscrições – até 7 de maio (valendo a postagem).

2. Tema livre – apenas um poema digitado em 3 vias, papel A4, espaço duplo, máximo 30 linhas.

3. No original deverão constar: título e pseudônimo do poema, colocados em envelope ofício e dentro deste um envelope tipo carta, lacrado, contendo na parte externa o título da obra e pseudônimo. Em seu interior a identificação do autor (nome completo, endereço, CEP, telefone, e-mail, título da obra e pseudônimo).

Remessa: Av. Rui Barbosa, 291/601 – São Francisco – Niterói – RJ – CEP: 24.360-440; (associacaonit.escritores@gmail.com – em caso de dúvida).

Premiações para os 1º, 2º e 3º lugares e duas Menções Honrosas (placas e medalhas).
Prêmio especial para o melhor poema de residente em Niterói.

O resultado será anunciado pelo e-mail da ANE ou por telefone, assim como o local do evento que será no dia 28 de maio às 10 horas.

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sexta-feira, 4 de março de 2016

Medalha Personalidade Do Ano - Posse Acadêmica * Antonio Cabral Filho - RJ


MEDALHA PERSONALIDADE 2015 - POSSE ACADÊMICA




EVENTO MEDALHA  PERSONALIDADE 2015  - 
POSSE ACADÊMICA

O evento “Medalha Personalidade 2015” da Academia de Artes de Cabo Frio, a ser realizado no dia 14 de maio de 2016,  no Espaço Roda D´Água, em sua sexta edição, ratificará sua vocação de reunir artistas, literatos, esportistas, ativistas culturais e empresários, que por excelência realizaram ações culturais no alcance de sua magnitude e carisma. A ARTPOP se orgulha  de receber de todo o Brasil e do mundo os indicados que serão honrosamente agraciados e aos acadêmicos empossados. Neste encontro que engrandece à medida que vencemos o ostracismo e nos unimos para trocar saberes e laurear a arte e a cultura, nos fortificamos como ferramenta e nos  mostramos vitrine, no inventário indestrutível da fé e do talento.  A linguagem das mais ecléticas vertentes que alcançamos no labor da criação, e que nos afasta do obscurantismo e do veneno da crítica leiga, afere e parabeniza sobremaneira, as honrarias aos que  coabitam intrinsecamente na erudição e na espiritualidade da obra sob o contexto da arte e cultura popular.



                             ENTRE EM CONTATO COM A ACADEMIA
                                        artpopcabofrio.blogspot.com                                                         
 A sua indicação poderá ocorrer quando do nosso conhecimento de seu perfil, atendendo as categorias culturais propostas. O nosso Colegiado Acadêmico após análise, poderá referendar seu nome para receber o Edital da  Medalha “Personalidade 2015”. Entre em contato deixando breve currículo e seu contato em um dos e-mails:   vrs021@hotmail.com   ou    calbertoysousa@gmail.com

Vanessa Rodrigues
(Secretária Geral)                                                   

Carlos Alberto Sousa
(Presidente)                                                                                                 

                                                                   Nosso contato: Tel (22) 98812-9899                   



CATEGORIAS A SEREM HOMENAGEADAS: 

A – CATEGORIA ARTE LITERÁRIA
Universo literário de escritores de criação e produção de obras diversificadas nas linguagens em variados formatos de edição, voltado para público e leitores seletivos na tendência de sua apresentação e conteúdo dirigido.
B - CATEGORIA REVELAÇÃO  OLIMPICA
Atletas e instrutores em suas modalidades esportivas que se dedicam a se superar despontando em suas categorias criando chances de disputar a ponta em certames regionais visando levar seu esporte ás modalidades olímpicas.
C- CATEGORIA MÍDIA CULTURAL
Ação altruísta de profissionais de comunicação que mercê de suas pautas jornalísticas se dedicam a informação cultural e artística formando saber e opinião para engrandecimento da sociedade.
D - CATEGORIA DESTAQUE ARTÍSTICO
Artistas cênicos do teatro, da dança, do cinema, do vídeo e da fotografia que laboram suas técnicas visando aperfeiçoamento de suas performances nas expressões, movimentos e imagens obtendo destaque e sucessos.
E - CATEGORIA ARTE POPULAR
Segmento artístico que agrega as linguagens das artes surgidas do sentimento popular e  retratam expressões de danças, folclores, gastronomia e costumes provindos de raízes étnicas e culturais de nossa civilização.
F - CATEGORIA APOIO CULTURAL
Empresários e apoiadores com visão empreendedora que partilham seus sucessos comerciais  na  interação com as vertentes culturais da cidade visando parcerias no apoio, na formação e no bem estar da sociedade.
G- CATEGORIA PAINEL ARTÍSTICO
Artistas segmentados na expressão visual da plástica, seja na pintura, artesanato e escultura que refletem suas criações em diversos painéis para deleite e imaginação dos amantes desta esplendorosa arte de sensibilidade.
H - CATEGORIA DESTAQUE MUSICAL
Expressão da arte que agrega a sintonia harmônica na criação e execução de suas composições, voz e instrumental na constante busca da sucessão nas notas com o único fundamento de tornar o som agradável aos nossos ouvidos.
I - CATEGORIA TECNOARTE
Talentos que produzem efeitos artísticos através de instrumental ou equipamentos na criação cenográfica, de iluminação, sonorização, restauração, arquitetura e engenhos transformando a tecnologia em braço coadjuvante no surgimento da  arte.
J- CATEGORIA ARTES GRÁFICAS
Criatividade na impressão do desenho arte como a charge, moda, publicidade, tatuagem e grafite sobre variados tecidos e superfícies dando vida ao designer e mensagem na imaginação de seus esboços e sonhos.
K – CATEGORIA ATIVISMO CULTURAL
Produtores, educadores, ambientalistas e demais gestores da sociedade que repassam com afinco resultados de sua perseverança e altruísmo nas pesquisas pedagógicas, na prevenção saudável do corpo e do meio com presença marcante  de seu aprimoramento técnico cultural.
L -CATEGORIA ARTES MARCIAIS  E ESCULTURAIS
Instrutores e mestres que se dedicam a ministrar ensinamento de lutas embasadas nas artes marciais defensivas, compassadas e ritmadas e que através de aparelhos  instruem para obter um corpo escultural com fundamentos na estética e na saúde.
M – INICIAÇÃO CIENTÍFICA

Alunos e pesquisadores que tenham realizado  ensaios, mostras e teses sobre resultados de experimentos científicos à luz da descoberta e do ineditismo, em qualquer segmento correlato ao entendimento humano,  com  trabalhos publicados ou expostos a visitação pública. 
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domingo, 31 de janeiro de 2016

O Norte Fluminense / Maria Beatriz * Antonio Cabral Filho - RJ

O Norte Fluminense
Bom Jesus De Itabapoana - Rj
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http://onortefluminense.blogspot.com.br/2016/01/biblioteca-do-ccmb-possui-preciosidades.html 
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Acesse e confira. São duas preciosidades: A primeira, O Norte Fluminense, fundado por Ésio Martins Bastos em 25 de Dezembro de 1946 e dirigido por Luciano Augusto Bastos no período 2008-2011. E-mail: onortefluminense@hotmail.com. E a segunda, a Revista Literária A Folha, de Campos dos Goytacazes divulgada pelo primeiro. 

Cabe ressaltar que não teríamos o prazer em tomar contato com estas publicações se não pudéssemos contar com a percuciente atuação da escritora Maria Beatriz, criadora e dirigente do 
Centro Cultural Maria Beatriz 

https://plus.google.com/+CentroCulturalMariaBeatriz/posts 

, de Laje do Muriaé - Rj, à frente do qual vem realizando vasto trabalho de pesquisa e divulgação da cultura fluminense. 

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terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Prêmio Maria José Maldonado De Literatura 2016 * Antonio Cabral Filho - Rj

Prêmio Maria José Maldonado

De Literatura 2016
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09/01/2016 18:18h

A Academia Volta-redondense de Letras (AVL) tem a honra de anunciar que  se encontram abertas as inscrições para o Prêmio Maria José Maldonado de Literatura 2016.

Trata-se de um prêmio literário de abrangência nacional em que esperamos o congraçamento entre autores de todo país e, sobretudo, um espaço para a participação ativa de autores da região.

Os escritores podem concorrer nas categorias Poesia e Contos.

Os textos premiados (15 em cada categoria) serão publicados pela AVL em uma antologia digital, com ISBN.

Serão também eleitos os "Destaques Sul Fluminenses", fazendo distinção aos autores da região que se destacarem no certame.

As inscrições vão até 30 de Abril de 2016 e serão feitas por e-mail.

Veja o edital completo aqui

Qualquer dúvida, escrevam para concursos@avl.org.br 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Notícias Do Postal Clube * Antonio Cabral Filho - RJ

Notícias Do Postal Clube
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Recebi ontem o cartão de FELIZ ANO NOVO do Postal Clube, enviado pela gentil Araci Barreto. Não fosse o detalhe, eu não estaria aqui comentando, preocupado, pois estou habituado pela nossa cultura cristã a receber "boas novas" anunciando o nascimento, a chegada, o aparecimento de uma nova era, de um novo tempo, de uma nova persona etc, mas Araci Barreto é tão sutil que anuncia uma "morte" com a mesma destreza de quem apresenta um troféu. 

Vejamos o cartão. Leiamos-lo. Destaquem "A partir de 2016... Vida Nova!" Tinha que ser Araci Barreto! Eu ainda estou sob o impacto da chamada. Parece ironia, mas não é. Araci Barreto é assim mesmo: surpreendente. Descobri isso através de seus textos. Ela consegue sair do sério para o irônico numa vírgula, com uma fineza de lâmina.

Mas o acirramento "cirrótico" da crise que se abate sobre o Brasil não atinge somente o consumo do povão. Não. Atinge também as nossas atividades culturais. São inúmeros os saraus que tiveram seu público minguado, os lançamentos reduzidos a amigos dos autores e seus editores de olho na dívida da edição do livro, seguidos de alguns fãs um tanto fanáticos para darem o ar da graça no evento com suas neuro-performances. E não se reduz a isso. Muitos fanzines, como o Letras Taquarenses, são retraídos a seis ou oito edições por ano devido a esses fatores, além da resposta do respectivo público. 

No caso do Postal Clube, a coisa é mais séria, pois Araci Barreto é sua idealizadora, fundadora e única dirigente, contando apenas com a participação direta de familiares e algum apoio financeiro vindo dos associados. Fora disso, apenas a boa vontade de alguns "caraboladores", como o insigne aqui, que divulga com a ajuda das muletas, "linguageiras e publicitáras". Para termos uma ideia mais ajustada dessa situação, esse ano de 2015 não deu condições de lançarmos a 17ª Antologia do Postal Clube. Todos sabemos da dedicação e  esforços dispendidos por Araci Barreto, e sabemos também quão doloroso é receber de volta a importância depositada para edição do livro. Simplesmente triste!

Agora, voltem ao cartão, destaquem "O Postal Clube estará apenas na internet". Ou seja, morreu O Jornalzinho! Não teremos mais sobre a mesa o monte de Jornalzinhos que tenho agora. Isto se deve a quê? Respondo que aos tempos modernos. Ou seja, grande parte de nossos escritores, amadores e profissionais, aderiu "de cara!", aos meios de comunicação virtuais, sacrificando o IMPRESSO. Crasso erro! Precisamos entender que uma coisa complementa a outra. Hoje, o IMPRESSO representa uma forma documental da sua obra publicada, e não mais aquela velha fantasia de que a quantidade de exemplares publicados, vendidos ou não, é que faz a diferença. Isso acabou. Com a entrada em campo da mídia virtual, quem souber explorar uma forma aliada à outra, estará fazendo o uso correto dos poderes da mídia, e aquele que se restringir a uma forma ou à outra, infelizmente, não sabe o que está perdendo.

Recentemente, brinquei com Ilma Fontes sobre as necessidades de implementação do site do Jornal O Capital, e ela colocou-me a par dos problemas por ela enfrentados, sobretudo no campo do gerenciamento, concluindo que não abria mão da mídia impressa. Ela está errada? Não! Seja o jornal, o livro ou a revista "impressos" que chegar à nossa residência, ficará ali, como que largadas, até que um parente, um amigo ou uma visita desavisada, meta a mão, pegue, leia e trave contato, participando ou não, mas tornando-se alguém que conhece aquele produto. E a mídia virtual? Sem dúvida que os gurus comunicólogos dirão "È o futuro!". Claro! Só o futuro, mais nada. Pois quem não tiver aptidão para lidar com isso, estará excluído. Excluído e simplesmente. Até por que uma matéria na internet depende de quem saiba buscá-la. 

Porém, o encerramento d'O Jornalzinho, órgão informativo do Postal Clube, com edições bimestrais, às vezes até mais, não representa apenas o saldo de tudo que disse acima. É muito mais. E muito mais porque o trabalho editorial, a tarefa de fazer uma publicação, por mais humilde que seja, sempre leva alguém a uma solidão, uma solidão de um tipo diferente, que é a solidão das decisões. Por que publicar a e não b, por que privilegiar um segmento dentro daquilo que buscamos focalizar, por que fazemos opções, às vezes caras, por que seguirmos uma tendência e não outra ou todas?... Simplesmente porque não somos "maria-vai-com-as-outras". Porque temos escolhas, posturas, personalidade e disposição para "pagarmos pra ver!". Ou seja, somos GENTE. E Araci Barreto demonstra, com esses vinte e seis anos de atividade do Postal Clube, que verve não se pega emprestada, não se aluga nem dá pra "fazer de conta". E quem foi divulgado por Araci Barreto n'O Jornalzinho sabe do que estou falando, sabe que fechou-se mais uma porta para seu talento e todos sabemos quão isso é doloroso. Por exemplo, todos estamos sentindo a ausência d'O Patusco, editado em Caucaia - CE, pelo escritor cearense João Batista Serra, que por motivos de saúde, está dando um tempo. 

Bom, acho que disse o que pretendia sobre esse mal-estar causado pelo fim d'O Jornalzinho. E agora sinto-me à vontade para dizer aquilo que pretendia: convidar todos os escritores, poetas ou não, a fazerem-se ativos, presentes, parte real dos empreendimentos literários em que participem e encerrem essa coisa de "ficar na aba..."
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