quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Olavo Bilac: Ora direis...* Antonio Cabral Filho - RJ

OLAVO BILAC
ORA, DIREIS...
9 OBRAS PARA DOWNLOAD
http://noticias.universia.com.br/cultura/noticia/2015/07/21/1128576/baixe-gratuitamente-9-obras-olavo-bilac.html 
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terça-feira, 10 de novembro de 2015

Fagundes Varela / Noturnas * Antonio Cabral Filho - RJ

Fagundes Varela
Dados Biográficos
http://www.e-biografias.net/fagundes_varela/ 
Acesse Obras De Fagundes Varela
http://www.nicoladavid.com/literatura/fagundes-varela 
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domingo, 8 de novembro de 2015

Trovas Para As Estrelas / Elizabeth Souza Cruz * Antonio Cabral Filho - RJ

Elizabeth Souza Cruz
Poetisa e Trovadora
Nova Friburgo - RJ
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Minhas mãos... venho trazê-las,
até parecem vazias,
mas são repletas de estrelas
que eu colho todos os dias.
*
Muito além do próprio céu,
eu trago estrelas na mão
e assim vou tirando o véu
de qualquer desilusão...
*
Estrelas são tão normais
nas mansões por onde habito
que não vou perder, jamais,
as estrelas do infinito.
*
Estrelas??!! Não só Bilac
com elas soube falar,
porque eu sei que até num baque,
mil delas vou garimpar...
*
Estrelas??! Faço a premissa
e antecipo uma colheita
e até mesmo na injustiça
há muita estrela na espreita...
*
Não há que seguir um mapa
que me mostre a direção,
pois mesmo levando um tapa
colho estrelas dessa mão...
*
Estrelas...quantas??!! São mil!!!...
São muito mais que um milhão,
porque num gesto gentil
eu as tenho em profusão...
*
estrelas...posso plantá-las
no agreste de cada chão
e até dentro das "senzalas",
onde houver escuridão...
*
Estrelas estão comigo,
no céu turvo e, sem ressalva,
se estou prestes ao perigo
é uma estrela que me salva.
*
Entre a "Estrela" friburguense
e o emblema tricolor,
se um é fato, me convence,
o outro vence pelo amor.
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quarta-feira, 4 de novembro de 2015

José Do Patrocínio * Antonio Cabral Filho - RJ

José Do Patrocínio
Campos Dos Goytacases - RJ,
farmacêutico, escritor, jornalista e abolicionista brasileiro.
http://www.acordacultura.org.br/artigos/29012014/hoje-na-historia-29-de-janeiro-1905-morria-jose-do-patrocinio-o-tigre-da-abolicao 
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segunda-feira, 2 de novembro de 2015

O Féretro Dos Vivos/Airton R. Oliveira * Antonio Cabral Filho - RJ

O Féretro Dos Vivos
em nove carros
AIRTON R. OLIVEIRA
Edições Rosa Dos Ventos

Apresentação
A poesia de Airton R. Oliveira define bem este meu jovem amigo. é uma poesia engajada, a participar das agruras  do povão, como o autor. O Féretro Dos Vivos em Nove Carros, só não lhe dará o status  que o automóvel confere aos ricos. Sua maior e única riqueza é ter o status de poeta, do qual a prova é o seu livro. 

Antonio Fraga,
Nova Iguaçu - RJ

Fala Do Autor

"As experiências vividas propiciam momentos criativos vários; tal oportunidade é fruto desse tempo embassado de incertezas. Procuro mostrar nesse pequena obra, os sofrimentos do homem divorciado do direito de viver.

O presente trabalho não está, tão somente, ligado à sensibilidade testemunhal da realidade mas procura-se dar, também, sincronisação de movimentos  a cada verso construído através da palavra pesquisada: a musicalidade surge com ritmos sucessivos engendrados pelo homem espoliado, em cada vagão coberto de medo.

Fica patente a disposição do verso parido onde aprende-se a escrever e conviver com cada coração  acorrentado e sequioso de esperanças.

A.R.O."

I
Nesse solavanco arranco trôpego,
espero desesperado o atrasado
que emancipa o fim premente na mente.
Estação de trem, plataforma,
forma uma azáfama
ama
     arma
            morte
Angustiado. Atraso do primeiro suburbano
a caminho do grande centro urbano
esse anuncia o prenúncio do amanhã:
névoa úmida, pássaro a cantar,
luar caindo novo despertar.
O povo desesperado rasga da goela
um grito firme
marmita suspensa. Dança ovo, dança feijão,
dança arroz
paladar, saciar a fome
enquanto come apalpa a comprime o alimento
cimento com brita comida desenvolvida
vida
     vil
         vide
Passos largos incertos
sapato roto, moeda desvalorizada
risada, larga risada
pisa na lama escorrega no estribo
                           fim de linha.

II
A chama vem à tona
mais um dia crucial
carne viva exposta
posta no antro quente
forno de carnes tostadas
              mundo tropical.
No canibalismo de cada marginal
na margem esquerda e na direita
sinal vermelho: sangue pingente
de carne retalha em pedaços.
Trilha de trem trilha sonora
último canto em estribos falsários,
samba cadenciado do féretro dos artistas
da vida dura,
postados no cadafalso da carne mórbida.
Finado. A chusma em grasnidos,
a plataforma eterna, sua tranquila pousada.
Férias sem féria, de cada cinco dias
o pão nosso de cada dia, paraíso;
a remuneração sem salários nem tampouco
Fim
Garantido por
Tempo de 
Serviço
Albergue eterno isento de desemprego
sem desespero nem fome. Imigração eterna.

III
Linha dura
linha férrea
corpo partido
doído esquartejado
menos uma mão-de-obra.
Corpo desfigurado
banhado em sangue
verde, vermelho e amarelo.
Feriado nacional trem vazio
apenas algum marginal.

IV
Mandinga na encruzilhada:
cachaça, galinha, vela, chama
- sexta-feira 13 -
coração veloz, descompassado
sístole, diástole, diástole, sístole.
Desorganizado. Sangue envolvente
vermes em greve
tripas roncando
cuíca calada
aperto o passo
madrugada nascente
lume sem luz
o galo a cantar
suor exposto no rosto brilhante
em sua agonia marmita vazia.
                             Bafo azedo.
Marginal na estrada seguro à arma,
à espreita
silêncio calado
intercepta-o
                 corta-o
                           tomba-o
vida pura
             purulenta
                           vida vil
Família alhures
sem o mínimo salário
minimizador aglutina a dor.
fome contínua, locada na broca do rosto
na broca da boca, na broca do estômago.
Aluguel vencido
família desabrigada.
A fome é dura
perdura no seio
do amanhã um anseio,
casa deserta. Aviso:
"A família sem pai
mora na próxima ponte,
sem número - esquina com
a quina da ladeira da morte."

V
Na batucada da chusma
o trem se apruma
linha reta infinito
sonhar no amanhã
ventania devasta
esfriando o sufoco
sinaleiro sem vida
sinal em penumbra:
trem descarrilado.
Nenhum culpado...
retalhado o partido
partiu para sempre
bife de gente.

VI
Mas o amanhã é nascente
na alma da gente
o sol a alumiar outro dia
trem avariado:
ramal sem destino.
***
Palavra Do Editor

Como pode ver o distinto leitor, trata-se de um poeta com verve proletária, que faz da lida diária sua Excalibur, e combate, como combate!
Pelos seis cantos iniciais, ele nos fornece a tônica de sua épica, que irá perpassar em nossas almas toda a epopeia dos oprimidos das grandes metrópoles do mundo contemporâneo.
Bravo Airton !
*

domingo, 1 de novembro de 2015

Euclides Da Cunha / Poesia * Antonio Cabral Filho - RJ

Euclides Da Cunha
Cantagalo - RJ
http://www.euclidesdacunha.org.br/ 
Poesia Reunida
http://editoraunesp.com.br/catalogo/9788571399716,euclides-da-cunha-poesia-reunida 
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Alguns Brindes Aos Seus Fãs
1 - http://www.culturabrasil.org/zip/ondas.pdf 
2 - http://www.academia.org.br/abl/media/poesia3.pdf 
3 - http://issuu.com/antoniocabralfilho6/docs/poesia3 
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RUMOS / POESIA 1975 * Antonio Cabral Filho - RJ

RUMOS
Alberto Oliva
Luis Alberto Cerqueira
Silvio Witlin
Edição Dos Autores 1975
*
RUMOS
é fruto da amizade. Da amizade entre os autores, e, veio parar em minhas mãos, também pela amizade, amizade entre aluno e professor, quando em 1978, cursando direito na UFF, reencontrei meu professor de história no 3º ano do 2º grau, Prof. João, numa passeata pela Av. Almirante Barroso, centro da cidade do Rio de Janeiro, ele já policial federal, acumulando dois empregos, e saimos para tomar um cafezinho, deixando os curiosos mortos de nervosismo por verem um manifestante cheio de broches do Comitê Brasileiro Pela Anistia, conversando e abraçando, amistosamente, um policial federal, ainda no clima de ditadura militar em que vivíamos.

Conversa vai conversa vem, ele abriu a tiracolo e mostrou-me RUMOS, falou sobre os autores, todos seus amigos, e disse que eu teria bons momentos lendo-o. e ofertou-me o livro. Voltei para passeata, já chegando no Teatro Municipal e reuni alguns amigos para lermos poesia sentados nas escadarias da Câmara Municipal. Findos os discursos de praxe, nos acomodamos no Bar Amarelinho, point da militância política à época, tomamos alguns chopes e partimos. 
Mas crônicas à parte, vamos ao que interessa. Quero deixar-lhes uma amostra da poesia dos autores e começo por:

1 - Alberto Oliva:

Só uma criança
só uma criança pode fazer versos
só uma criança brinca por brincar
só uma criança sabe o que é um brinquedo quebrado
Há uma criança dentro do meu verso
há uma criança que conserta as letras partidas das palavras
há uma esperança dentro da palavra criança.
*
Divisei sua persona
fui andando nessa direção
lá pela divisa do beijo
metade do seu rosto ficou no meu
a outra metade só consigo ver
quando sozinho cismo à frente do espelho
*
Na palma da mão 
inda hão de surgir
novas coisas escritas
mensagens não ditas
entre tantas veredas
tem a trilha do corpo
sempre de súbito lembrada
quando você abre caminho
cava e cimenta carinho
no meio de braços fundos
limites de dois mundos
chamados eu e você.
*
Ontem
por dentro da noite
houve tanto silêncio
que eu gritei
como por instinto
como fogo extinto.
2- Luis Alberto Cerqueira
Crio
no tempo um novo espaço
e no espaço um vazio

Salto
sem dimensão, ao largo
e para cima, alto

Faço
do visível o abstrato
e junto eu me desfaço
*
Da janela
estendida a mão
rompe o segredo e o mistério
da comunicação:
lá e aqui
estamos no mesmo lugar.
*
Já fiz tudo
que podia
Não me iludo

Se foi pouco
mais não posso
Não sou louco

Não há meta
no meu passo
Que sou poeta

Jogo fora
meu papel
Vou-me embora
3 - Silvio Witlin
Cinco manhãs
contido,
escondido
na carne
de um bairro
chamado Ingá.
Cinco manhãs
eu sendo
meu cúmplice
a me fazer
desandar.
Cinco vezes
o coração
não sabe
onde vai dar.
*
Meu corpo
a leste do teu corpo.
Vou fazer-te uma visita,
ultrapassar a fronteira
e encontrar logo na beira
um desejo tão Maria...
*
Enquanto 
o silêncio
falar
mais alto
e calar,
terão
nas cáries
bons
esconderijos
as palavras
e ruídos
que eu queria
lançar no ar
que dança
ao redor
dos teus
ouvidos.
***