domingo, 1 de março de 2015

IVERSON CARNEIRO / MARTELO CARIOCA / NITERÓI * Antonio Cabral Filho - RJ

IVERSON CARNEIRO
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MARTELO CARIOCA
I
Neste inverno de julho prazenteiro,
vejo o Rio lacerado mas contente,
vejo a força e a alegria de sua gente
e a certeza de um novo janeiro
e a lua brilhar no meio dia,
vejo as formas fogosas da folia
desfilando a nudez de todo ano;
mas a bala do revólver traiçoeiro,
mata, ao vivo, meu martelo alagoano.
II
Não desisto, porém,de ser cigano,
nem de amar essa lua tão majestosa,
que invoca a pomba-gira mais formosa
e balança a cabeça de fulano;
vejo nela o desenho de um cubano,
recompondo a magia das bandeiras,
refazendo a risada galhofeira,
do carioca cantor e suburbano;
mas a bala do revólver, traiçoeira,
mata, ao vivo, meu martelo alagoano.
III
Da paisagem sangrenta da favela
brota o samba, invadindo as sesmarias,
e o funk, que detona todo dia,
a princesa do asfalto que é a mais bela;
com seu charme de criança, soberano,
grita a doida falsidade da donzela,
geme o mal, que é das gangs da procela,
abre o colo sedento de baiano;
mas a bala de revólver, tão singela,
mata, ao vivo, meu martelo alagoano.
IV
Pra cantar meu repente e minha glosa,
afilei minha rima incomparável,
e o canto da caipora, inigualável,
explodiu bem em frente a minha prosa;
neste andar de viajante, poeta insano,
destilei minha verve de nortista,
fiz do verso minha arma de artista,
pra viver neste Rio belo e mundano;
nem a bala do revólver, que é arisca,
mata, ao vivo, meu martelo alagoano.

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